sexta-feira, outubro 31, 2008

Isso é comigo?...


A Santidade é inconveniente, assim a olham “as prioridades” do nosso tempo. E, como sempre, de cada vez que falamos no tema “cheira” (quase sempre também) a algo bafiento
Começamos um mês, o de Novembro, marcado pelo ritmar da vida a partir da vida de Deus em nós. Habituados que estamos a sermos “tarefeiros que esquizofrenicamente correm para todo o lado e para lado nenhum”, pode parecer um convite à demissão do compromisso humano, social e ético o grito de Deus: “Sede Santos porque Eu, o vosso Deus, sou santo” (Lev 19,2).
Outros há, também, que acham a santidade interesseira, esses reconhecem-lhe que a sua única identidade (e eventualmente valor?!) é a de ser um desafio ético, moral, que a Igreja faz (segundo alguns, impõe!) para que os cristãos sejam “bem comportadinhos”, deste modo a palavra santidade para estes torna-se, apenas e só, num refrão monocórdico que é repetidos de tempos a tempos para que a moral e os bons costumes não se percam.
O que eles não sabem de verdade é que a Santidade é mesmo inconveniente e interesseira!
É inconveniente porque obriga positivamente a rever conceitos e critérios. Obriga a revisitar opções que eternamente adiamos para as definirmos e com elas nos comprometermos, diante de um Deus que não se demite do homem nem o abandona ao triste fado do tempo que corre sem mais.
É profundamente inconveniente diante da acomodação ao já conquistado, porque obriga a repensar, em cada passo, a vida como um caminho sempre andado e sempre a recomeçar, não como um eterno retorno, mas sim como uma oportunidade para crescer em profundidade, em verdade, em humildade.
Sendo inconveniente a Santidade torna-se também interesseira pois o seu fim último (e primeiro) é transformar a vida do homem num projecto que jamais a mente humana poderia alguma vez sonhar ou conquistar: fazer da finitude eternidade!
A Santidade rasga horizontes. Abre no tempo a janela do infinito e faz com que o homem se possa olhar a partir do que é verdadeiramente (aos olhos de Deus) e não do que tem. É este o seu grande interesse! É por isso que ela se torna profundamente perigosa (e torna também perigosos os cristãos!), pois como dizia a pobre Mendiga de Deus Teresa de Calcutá: “Se vos proclamam santos, não vos colocareis a vós próprios num pedestal. O conhecimento de nós mesmos faz-nos ajoelhar”.
Diante da tão propagandeada crise que vivemos, a Santidade é mesmo inconveniente e interesseira porque faz da fé um compromisso que não aliena nem demite de nada o homem, tão somente o compromete mais com o drama de todos e de cada um, com o drama da história, dado que “não há realidade alguma verdadeiramente humana que não encontre eco no coração de um discípulo de Cristo” (cf. Gaudium et Spes 1).

terça-feira, outubro 28, 2008

Simão e Judas Tadeu...


A Igreja celebra hoje 2 apóstolos.
olhando as suas vidas percebe-se
a "loucura" e a "paixão" pelo Evangelho...
Só o Amor pode assim desinstalar,
tornar ousado.
Só a Vida pode cativar outras vidas
e da sua fragilidade
fazer delas um pouco de céu,
um pouco de Deus no meios dos homens.

Só o Eterno pode fazer com o finito
história de salvação.

Alicerçada no seu fundamento Apostólico
a Igreja,
Casa de Deus no meio dos homens,
torna-se assim a Casa dos Ressuscitados,
porque o Deus Vivo é a sua Vida!

Sorrir diante de Deus...


Hoje alguém me interpelava sobre a "epifania do rosto" diante de Deus.
Já não é a primeira vez que me interpelam acerca disso.
Dizem-me que mudo as feições
quando toco o próprio Deus,
ali, feito Pão,
Corpo e Sangue, Vida do mundo...
lamento "desiludi-los" mas não sou eu que mudo...
é Ele que me muda e desinstala
me preenche e me desafia a deixar-me olhar
com a ternura da primeira hora,
do primeiro encontro,
da "hora décima" e decisiva
em que me arrancou ao vazio
de uma vida cómoda e instalada
e me rasgou o horizonte
duma infinitude
que me preenche cada recanto
do coração e da inteligência.
Afinal,
diante do Totalmente Outro
dou por mim a sorrir
porque foi Ele quem fez de mim outro...também totalmente,
quando me disse:
"Isto é o meu Corpo!"

segunda-feira, outubro 27, 2008

Abraço-me ao Tempo...

Abraço-me ao tempo
e deixo que ele me envolva
terna e suavemente,
em cada amanhecer
consolador e desafiante...


lanço-me
trilhando sendas de infinito
nos passos frágeis
de um pobre peregrino
que se faz viandante
pelas veredas da humanidade.


No sabor amargo das lágrimas
tomo o gosto do Eterno
que tempera a finitude com o Divino

Na degustação de um sorriso,
largo e expressivo,
como é sempre o sorriso do meu Deus,
deixo-me beijar pela Vida
e reparto com ela as sementes do amor
que outrora colhi
num vasto campo de trigo loiro,

a seara onde o Eterno veio a mim
e semeou os rumos do amor,
sim, desse,
dedicado e fiel,
próximo e consolador,
terno,enfim...

...Ressuscitado!

domingo, outubro 26, 2008

75 anos - Mulheres de Deus!

Hoje estive com elas!
Dia de Jubileu, casa e coração em festa!
São mulheres simples,
cheias de Deus e abertas aos desafios do Espírito.
Marcam-me profundamente pela sua profundidade,
são discípulas do Mestre
que bebem quotidianamente
o dom de Deus nas fontes da salvação...
Senhor, no silêncio da noite,
tempo para uma maior intimidade conTigo,
venho com a simplicidade dos peregrinos
agradecer-Te o dom destas Tuas filhas.
Renova-as continuamente com a força do Teu Espirito Santo,
Senhor que dá a Vida,
para que atentas aos sinais dos tempos,
como sal, luz e fermento,
possam irradiar no mundo
o suave perfume do Teu amor, da Tua misericórdia e consolação.
Que as familias encontrem nelas
uma âncora no tempo da dificuldade, da crise,
fruto da sua fidelidade a Ti.
No tempo da alegria
que todos sintam no seu testemunho de vida,
inteiramente entregue a Ti,
um apelo constante à gratidão.
que elas caminhem sempre segundo a Tua vontade
com a mesma docilidade e humildade com que Maria,
Tua e nossa Mãe,
se fez peregrina pelas estradas e montanhas da Judeia.
Amen.

terça-feira, outubro 21, 2008

Liberdade?...Indignação!

O direito à indignação, plenamente confirmado na lei pelas conveniências de tantos politicos pseudo-paladinos da liberdade, não pode ser invocado apenas e só quando isso nos dá jeito...
muito menos quando alguns acirradores de massas, populistas, querem, sob a capa da dita democracia moderna/liberal, defender o respeito e a igualItálicodade entre todos os cidadãos.
Serve este introito para trazer a este espaço, de liberdade, mas também de anuncio do evangelho, uma questão à qual não podemos ficar indiferentes.
O nosso ser cristãos não se resume á sacristia, algumas delas bafientas, o evangelho que recebemos e que somos enviados a anunciar, é o evangelho que há-de ser celebrado constantemente entre o altar e a praça, num jubileu permanente de quem "vai e põe o evangelho na sua vida!". Daí que brincadeiras, ou melhor, ofensas de mal gosto, fedorentas, como aquela a que muitos certamente assistiram no último domingo, merecem-me, e merecem-nos, aos cristãos conscientes da sua fé, esclarecida, bem formada e comprometida, o repúdio por brincadeiras de mau gosto como esta.
A liberdade não significa fazer e dizer o que me apetece. A liberdade é "livre" quando é Responsável e quando é capaz de respeitar as diferentes correntes de pensamento, as diversas confissões religiosas (ou a dita lei da liberdade religiosa só nos convêm quando é para atacar a Igreja católica?).
Parece-me estranho que, quase com efeito analgésico, fiquemos "a dormir" diante de uma graçola-ofensa de mau gosto para com o Mistério e com Aquele a quem adoramos como o Deus vivo e Verdadeiro: Jesus Cristo!
Somos cristãos muitos amedrontados com "o que é que os outros irão pensar se eu disser isto... não parecerá antiquado?!". O direito à indignação é evangélico! Diante do desfigurar do homem e de Deus, o Mestre, foi o primeiro a insurgir-se. e eu? e Tu?...
Ao contrário do que eles tentam dizer(-nos) e convencer(-nos) pela rádio:
"Eu Não sou burro e Não gosto do zé carlos!"

domingo, outubro 19, 2008

eu vou...Tu vais? - Urgência e Prioridade

A Igreja celebra hoje o Dia Mundial das Missões.
Dia de oração...dia de partilha...de Acção!
Se toda a vida cristã é relação, ela é também uma acção, é o testemunho que nasce do encontro vivo com o Deus Vivo, de uma vida com a Fonte da Vida...por isso, longe ou perto, o convite de Jesus reclama de nós e em nós a consciência de que Ele sempre nos envia como Sentinelas do Amor Ressuscitado, Sentinelas do amor que jamais acabará, transparência do seu amor terno e silencioso, daquele amor que revela ao homem quem ele verdadeiramente é aos olhos de Deus e do mundo.
Eis o desafio que se torna urgência e prioridade. Sem oração não há missão...acção...pois estaremos apenas a anunciar-nos a nós e ao muito pouco que somos capazes de ser e de fazer.
Quero agradecer hoje, aqui, o muito que tenho aprendido, e crescido, com algumas irmãs e irmão meus missionários do JP2.
Agradeço:
A lealdade e a frontalidade da Sónia.
A simplicidade e a bondade da Idalécia.
A dedicação e espírito de sacrificio do Francisco.
A exigência e a determinação da Sofia.
A proximidade e a consolação da Mónica.
A irreverência e a confiança do André
A ternura e a humildade da Susana.
A Alegria e a disponibilidade da Ângela.
O "jeito" amigo e aparentemente "distraído" do David.
O encanto de um coração dócil de criança da Mirela.

segunda-feira, outubro 13, 2008

A Tia Alzira partiu....

Cheguei da Eucaristia e tinha várias chamadas no telemóvel. "A Tia Alzira partiu..." recebi a noticia ao final da tarde de hoje (18h40).

"Até ao céu, Tia Alzira, Minha Madrinha, lá nos voltaremos a abraçar daquele jeito com que sempre o fazíamos quando me vias chegar a casa…
Enquanto por cá andar eu, o Teu Padre Luís Manuel,

abraçar-te-ei todos os dias quando me aproximar do altar para celebrar a Eucaristia.
Em Deus, depois desta lenta e longa agonia, descansa agora em alegria e paz. Ámen".

(Excerto de A minha memória dela nas suas Exéquias)

segunda-feira, outubro 06, 2008

um tempo de Graça (em Retiro até 5ª)

"No meio de Vós
não quis mais nada saber
a não ser Cristo,
e este Crucificado" (1 Corintios 2, 2).

Eis o ponto de partida para uns dias de retiro aqui em casa.

será certamente um tempo de graça,

de comunhão com Aquele que é a fonte eterna da Graça,

da alegria, da Esperança e da Misericórdia.

Senhor, Tu nos chamas ao encontro contigo.Vem a nós, Senhor, com o Teu Espírito de Amor e de paz e enche-nos daquela alegria que só Tu és e podes dar......para que a nossa alegria seja completa. Amen.

quarta-feira, outubro 01, 2008

em Missão


Ai de mim se não anunciar o Evangelho! a Frase é de Paulo, o apóstolo dos gentios e para mim ela é o mote para mais um mês missionário.

como urgência e prioridade
a missão acontece quando cada um se sente como servo e apóstolo de Cristo.

Aqui ficam alguns excertos da mensagem do nosso amado papa B.XVI que podes encontrar aqui


O mandato missionário continua a constituir uma prioridade absoluta para todos os baptizados, chamados a ser "servos e apóstolos de Jesus Cristo" neste início de milénio.


Diante deste cenário, "sentimos o peso da inquietação, agitados entre a esperança e a angústia" (Constituição
Gaudium et spes, 4) e, preocupados, interrogamo-nos: o que será da humanidade e da criação? Existe esperança para o futuro, ou melhor, há um futuro para a humanidade? E como será este futuro? A resposta a estas interrogações provêm-nos do Evangelho. Cristo é o nosso futuro

Considerando a experiência de São Paulo, compreendemos que a actividade missionária é a resposta ao amor com que Deus nos ama. O seu amor redime-nos e impele-nos rumo à missio ad gentes; é a energia espiritual capaz de fazer crescer na família humana a harmonia, a justiça, a comunhão entre as pessoas, as raças e os povos, à qual todos aspiram (cf. Carta Encíclica
Deus caritas est, 12). Portanto é Deus, que é amor, quem conduz a Igreja rumo às fronteiras da humanidade e quem chama os evangelizadores a beberem "da fonte primeira e originária que é Jesus Cristo, de cujo Coração trespassado brota o amor de Deus" (Deus caritas est, 7). Somente deste manancial se podem haurir a atenção, a ternura, a compaixão, o acolhimento, a disponibilidade e o interesse pelos problemas das pessoas, assim como aquelas outras virtudes necessárias para que os mensageiros do Evangelho deixem tudo e se dediquem completa e incondicionalmente a difundir no mundo o perfume da caridade de Cristo.

Caros irmãos e irmãs, "duc in altum"! Façamo-nos ao largo no vasto mar do mundo e, aceitando o convite de Jesus, lancemos as redes sem temor, confiantes na sua ajuda constante. São Paulo recorda-nos que anunciar o Evangelho não é um título de glória (cf. 1 Cor 9, 16), mas uma tarefa e uma alegria. (Bento XVI)


Animados pelo testemunho admirável de Santa Teresinha, padrorira das Missões, deixemo-nos guiar por Ela nesta pequena via de viver em Cristo e de seguirmos os seus passos pelas estradas do Mundo.