domingo, fevereiro 23, 2014

(PER)DOAR, o outro nome do Amor…


“De quantos gestos de perdão se (pre)enche o meu dia?”. Talvez te possa acompanhar durante a semana esta pergunta. Ela não nasce do acaso, mas sim de uma necessidade fundamental do coração humano. Quem não perdoa, não conhece ‘o perfume’ da paz.

E perdoar não se improvisa, aprende-se com tempo, com a ‘sabedoria do coração’, de um coração ‘peregrino’ que sabe que errar é ‘desumano’ e que só o perdão pode restituir humanidade, dignidade e futuro.


O perdão é sempre um recomeço. Encurta distâncias, sana os corações, regenera os laços e, acima de tudo, abre portas que ninguém pode fechar. Procurar a reconciliação e a confiança «exige uma luta dentro de nós mesmos. Não é um caminho de facilidade. Nada de grande, de durável, se constrói com facilidade. O espírito de reconciliação não é ingénuo, mas é alargamento do coração, profunda bondade, não escuta as suspeitas» (Roger Schutz).


O Evangelho não admite ‘ses’. É concreto! Ouvimos ecoar dentro de nós, neste domingo, o projeto do Reino que nos coloca diante de um estilo de vida que se constrói somente com esta liberdade: 

«Não resistais ao homem mau. Mas se alguém te bater na face direita, oferece-lhe também a esquerda. Se alguém quiser levar-te ao tribunal, para ficar com a tua túnica, deixa-lhe também o manto. Se alguém te obrigar a acompanhá-lo durante uma milha, acompanha-o durante duas. Dá a quem te pedir e não voltes as costas a quem te pede emprestado. Ouvistes que foi dito: ‘Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo’. Eu, porém, digo-vos: Amai os vossos inimigos e orai por aqueles que vos perseguem, para serdes filhos do vosso Pai que está nos Céus» (cf. Mt 5, 38-48).


Para habitar, viver e celebrar a história com um ‘coração de filho’ não podemos deixar-nos desanimar pelas dificuldades ou acomodação, nem o tempo que nos é dado pode ser vivido sempre em ‘dinâmica de adiamento’! Sabemos bem onde estamos e onde Deus nos quer. Sabemos que só vive quem ama, e que os que não amam apenas ‘sobrevivem’. Não há, portanto, tempo a perder! O Evangelho provoca-nos (e convoca-nos!) para sermos ‘artesãos da misericórdia’, ‘sentinelas de um amor que ensina a recomeçar’, profetas-testemunhas e semeadores da Paz(coa)! Recorda-nos o Papa Francisco: «Peçamos ao Senhor que nos faça compreender a lei do amor. Que bom é termos esta lei! Como nos faz bem, apesar de tudo amar-nos uns aos outros! Sim, apesar de tudo! Todos nós provamos simpatias e antipatias, e talvez neste momento estejamos chateados com alguém. Pelo menos digamos ao Senhor: «Senhor, estou chateado com este, com aquela. Peço-Vos por ele e por ela». Rezar pela pessoa com quem estamos irritados é um belo passo rumo ao amor, e é um acto de evangelização. Façamo-lo hoje mesmo. Não deixemos que nos roubem o ideal do amor fraterno!» (cf. Evangelii Gaudium 99-101)


Se o perdão estivesse no início de tudo o que pensamos, dizemos e fazemos, despontaria em nós uma ‘primavera de bondade’ que faria dos nossos corações uma ‘página viva do Evangelho’. Talvez seja oportuno, pelo menos nos dias que se seguem, ousar então este amor de que nos fala o Evangelho e que Santo Agostinho 'traduz' assim: “Ama e faz o que quiseres. Se calares, calarás com amor; se gritares, gritarás com amor; se corrigires, corrigirás com amor; se perdoares, perdoarás com amor. Se tiveres o amor enraizado em ti, nenhuma coisa senão o amor serão os teus frutos”. ‘Bora lá tentar? BOA SEMANA!



DESAFIO: multiplicar os gestos de perdão na família, no trabalho, com os que estão próximos e com aqueles que procuramos ‘evitar’, através de um abraço, uma palavra, um olhar… Porque, como nos recorda S. Paulo, «tudo é nosso; nós somos de Cristo; Cristo é de Deus» (cf. 1 Cor 3, 23).

sábado, fevereiro 15, 2014

O PAPA ESTÁ APAIXONADO…



Sim, é verdade. O Papa Francisco está enamorado. Não viste isso ontem, dia de S. Valentim? Eu vi! Lia-se nos seus olhos, sentia-se no entusiasmo com que falava, que estava mesmo ‘muito apaixonado’. Via-se que estava ‘habitado’, e ‘abraçado’, por um Amor que não conseguia conter, nem calar, nem disfarçar. E disse-o ‘descaradamente’ em algumas afirmações que fez. Disse que o AMOR não é «apenas um sentimento, uma condição psicofísica. Mas é uma RELAÇÃO, uma realidade [dinâmica] que cresce», por isso «não pode ter como base a areia dos sentimentos que vêm e vão, mas tem de ser construído sobre a rocha do amor verdadeiro, o amor que vem de Deus». E tão enamorado estava que não hesitou em dizer que «a família nasce deste projeto de amor que quer crescer como construção de uma casa que é lugar de AFETO, AJUDA, ESPERANÇA E APOIO» e, assim «como o amor de Deus é PERMANENTE e para sempre, assim também o amor que funda a família deve ser ESTÁVEL E PARA SEMPRE», não hesitou ainda em pedir: «Por favor, não devemos deixar-nos vencer pela "cultura do provisório"! Isso é errado!».


Neste ‘caminho do Amor’, revelou que não há que ter medo do “PARA SEMPRE!”. Até disse que há um ‘remédio’ para tirar tal medo: chama-se CONFIAR [no Senhor Jesus Cristo], percorrendo um caminho espiritual quotidiano cheio de pequenos passos feitos juntos que gerem homens e mulheres maduros na fé. E tão cheio de Amor estava o Papa que recordou também que o ‘para sempre’ «não é só uma questão de duração, pois um matrimónio não é conseguido 'apenas porque dura', mas também é importante a sua qualidade» por isso, é fundamental o ‘estar juntos e saber amar-se' (para sempre!). E como o Amor é sempre ousado interpelou os que o ouviam: «Pedi a Jesus para multiplicar o vosso amor. Na oração do Pai Nosso nós dizemos: “o pão nosso de cada dia nos dai hoje”. Os esposos podiam aprender a rezar assim: “o Amor de cada dia nos dai hoje”».

 

Não contente com o que já tinha revelado, deste grande Amor que está a viver, o Papa lá continuou e disse que o ‘para sempre’ tem ainda um outro ‘segredo’, traduz-se num ‘estilo de vida’ feito de 3 palavras: “com licença/posso, obrigado, desculpa”. Palavras que evitam ‘a agressividade, a imposição, o erro’ e que ajudam a fazer crescer ‘a gratidão, o respeito, a paz’.



Por fim, não consegui guardar um segredo fundamental, e lá disse então que o casamento é uma festa cristã, Uma festa que têm a sua alegria e plenitude na certeza da presença de Cristo. E, com a ousadia e paixão que lhe conhecemos, lá deixou então um desafio: que os sinais exteriores da festa do vosso casamento revelem a presença do Senhor e recordem, a vocês e a todos, a origem e o motivo da vossa Alegria.



Recordando o trabalho artesanal dos ourives, lembrou ainda que o caminho do amor é sempre ‘fazer crescer o outro’, é um ‘crescer juntos’, tornando-se sempre mais humanos, verdadeiramente homem e mulher, marido e esposa. viver assim é oferecer aos filhos o ‘tesouro’ de quem soube amar(-se) e crescer, no amor. Por amor. Com amor.



Percebe-se que o Papa está mesmo apaixonado! Perdido de Amor por Deus. Pela Família. Pelos Pobres. Pelo Mundo!


*podes ler todos os 'segredos' que o Papa revelou aqui: Namorados.