Todos os nomes têm rosto,
trazem consigo uma história para contar, revelam-nos um mundo polifónico de
afetos, uma sinfonia de sentimentos, experiências e vivências. Dar nome é,
portanto, entrar num território sagrado, é tocar o mistério do outro...é dizer
ao outro: “o que tu és, tem sentido e significado dentro de mim”.
Também Jesus quis ter um nome e
uma família, quis fazer história conosco e em nós, quis dizer-nos, com o seu
ser e agir, que n’Ele temos um sentido e um significado. Não somos um acaso ou
simplesmente criaturas, somos seus irmãos, herdeiros com ele do Reino que o Pai
preparou, n’Ele e com Ele somos uma história de salvação!
Diante do Amor não precisamos
ter medo! O Amor fez-se Emanuel, um Deus-conosco e para nós, como nos recordou
tão sabiamente Bento XVI: “O sinal de Deus é a simplicidade. O sinal de Deus é
o menino. O sinal de Deus é que Ele faz-se pequeno por nós. Este é o seu modo
de reinar. Ele não vem com poder e grandiosidades externas. Ele vem como menino
- inerme e necessitado da nossa ajuda. Não nos quer dominar com a força.
Tira-nos o medo da sua grandeza. Ele pede o nosso amor: por isto faz-se menino.
Nada mais quer de nós senão o nosso amor, mediante o qual aprendemos
espontaneamente a entrar nos seus sentimentos, no seu pensamento e na sua vontade
- aprendemos a viver com Ele e a praticar com Ele a humildade da renúncia que
faz parte da essência do amor. Deus fez-se pequeno a fim de que nós pudéssemos
compreendê-Lo, acolhê-Lo, amá-Lo”.
Gosto de olhar José a saborear
tudo isto interiormente (Mt 1, 18-24). Gosto de contemplar Deus a habitar os
seus sonhos. Gosto do jeito com que Deus sussurra ao coração de José a ternura do
Mistério que ele é chamado a acolher e a viver. No silêncio ativo de José gosto
de ler as entrelinhas de quem se deixa moldar pelo divino Oleiro, de quem
aceita fazer do seu nada amor. Gosto da determinação de José! Sim, para tudo é
necessária uma ‘determinada determinação’ (Stª Teresa de Ávila) e José sabe que
o caminho que Deus lhe abre diante dos olhos e do coração é o caminho da (e)ternidade,
do dom, do silêncio que sabe dar-se e que se faz amor eterno.
A caminho do Natal, deixemos
que o Mistério toque o nosso cotidiano. Deixemo-nos interrogar: “Como acolhemos
a ternura de Deus? Deixo-me alcançar por Ele, deixo-me abraçar, ou impeço-Lhe
de aproximar-Se? Porém a coisa mais importante não é procurá-Lo, mas deixar que
seja Ele a procurar-me, a encontrar-me e a cobrir-me amorosamente com suas
carícias. Esta é a pergunta que o Menino nos coloca com a sua mera presença: permito
a Deus que me queira bem?” (Papa Francisco).
A casa está pronta. A mesa está
posta. Por entre o frio gélido de um rigoroso inverno, vem ao nosso encontro a
Luz do mundo, a única luz que aquece nossos corações e dissipa as nossas
trevas. De quanta Luz vais encher o teu coração neste Natal? Com quanta Ternura
vais aquecer os corações ao teu redor? Quantas portas vais destrancar e permitir
aos outros que habitem a tua história sagrada?
Tal como Jesus, também o teu nome é uma história sagrada. Também o teu rosto é sinal de salvação! também a tua vida é um Evangelho. Também tu podes fazer a diferença. Crês nisso? Boa Semana. Vem aí o Natal...(Re)nasce!
*caso a indiferença ainda não te tenha anestesiado, a foto postada no início é de Aleppo...o que está a acontecer ali não é uma 'guerra civil'...é a terceira e pior das guerras mundiais...a da indiferença!
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