domingo, fevereiro 04, 2007

Já tá pronto!!!

Está desde hoje disponível em algumas livrarias do centro do país um pequeno contributo que elaborei para a compreensão da Vocação, Espiritualidade e Missão da Pessoa portadora de uma deficiência no seio das comunidades cristãs.
Tal contributo nasce da minha experiência pessoal de proximidade, partilha de vida e acompanhamento espiritual de algumas pessoas portadoras de uma deficiência...

Este modesto contributo intitula-se "Deus Num Rosto desfigurado", é editado pelas Edições CVS. Todos os resultados das vendas revertem na totalidade para os Silenciosos Operários da Cruz. Podes encontrar mais informações
aqui.

Deixo aqui, para além da capa, um pequeno excerto de um dos sub-capítulos... quem sabe talvez te atrevas a comprar o livro:





O Rosto do Crucificado-Ressuscitado é um Rosto belo, um Rosto que devemos contemplar, pois nele vemos desvelada a resposta às nossas inquietações mais profundas. É um Rosto que para nós é agora Palavra dita e redita ao coração, Palavra de apelo à conversão do coração. É aquela Palavra dita não mais como profecia mas como presença dinamicamente acolhida, celebrada e vivida.É um Rosto que é Pão da vida humana e eterna de Deus, alimento e força para o caminho. Consolação na tristeza e festa no tempo da Alegria. Por isso, esse Rosto Belo aparece-nos como o Rosto de uma vida em liberdade que vence o egocentrismo e que nos convida a vivermos como ressuscitados, como ressuscitadores, isto é, que nos convida constantemente a sairmos de nós para irmos ao encontro dos que precisam de ser descidos da cruz, ou seja, porque ressuscitado eu devo caminhar/viver ressuscitando e provocando ressurreição. É por isso que a beleza do Rosto do Crucificado-Ressuscitado é irresistível, atrai, pois tal contemplação leva-nos a passar das trevas à luz, do abandono à consolação, da dúvida à fé. Esta é a provocação que nos lança Cristo que nas mãos do Pai entrega o seu espírito (cf. Lc 23, 46).Quando falamos de Cristo, da beleza do Seu Rosto, falamos dum Rosto, dum Corpo que, embora ressuscitado, leva as marcas da cruz. Não falamos por isso da beleza efémera que hoje se cultiva, mas da beleza eterna e universal com que Deus, desde a criação, marcou todo o homem e mulher, a beleza do coração, ou se preferirmos na linguagem de Antoine Saint-Exupéry, a beleza do essencial.

5 comentários:

Elsa Sequeira disse...

Luis!!
parabéns!!
Adorei!!

Muita Força pa ti!!

:))

Maria João disse...

Muitas felicidades!

Vou rezar por ti!!!

Ondina disse...

E eu que cuido de tantos rostos desfigurados... O difícil de todos os dias é perceber neles o rosto de Deus...

continua a ajudar-nos a perceber estes rostos...

Anónimo disse...

Fico muito feliz pelo teu trabalho! :)

Tens o dom de nos falar desta forma simples, que nos cativa... de nos mostrar este Deus lindo, próximo, presente, provocador!

Dou graças ao Pai pelo que és :) e por Ele se querer usar de ti para me falar!

Abraço Amigo
Pikena! :)

Anónimo disse...

Padre,

terão algum fundamento as inquietações seguintes?



Se a vida é eterna, se somos eternos e engendrados amorosamente em Deus desde toda a eternidade, porquê esta obsessão que os humanos têm apenas com a vida terrena (aquela que começa na concepção e termina na morte)?

Porque não aprofundamos mesmo a questão e, uma vez que existimos desde toda a eternidade, isto é, antes da concepção e para além da morte, não pomos a hipótese de talvez, sim talvez, nem sempre seja bom nascer em determinadas circunstâncias?

E se a entidade que já somos antes, estiver sujeita a este condicionalismo fisiológico da concepção, independentemente da sua vontade?

Se já é uma Vida , porque o condenamos sempre a uma existência terrena seja ela favorável ou não?
E se essa vida/alma tiver outras oportunidades de se vestir com um outro corpo humano, em outro momento de concepção impregnado de amor, (sim, porque acredito que esta é apenas uma vestimenta para a minha alma)?


Sendo assim, pode ou não pode ser um acto de amor, interromper uma gravidez? E pelo contrário, prossegui-la um erro grosseiro e egoísta, uma irresponsabilidade?

E já agora, este apego desmedido à vida e o apego que impomos a todas as mães para terem os filhos quer ela queira quer não, não será apenas um vício?

Um vício que se manifesta em tantas coisas, (por exemplo em ter filhos para cuidarem de nós na velhice e em todos os os actos de egoísmo tantas vezes disfarçados de abnegação), mas que se manifesta principalmente nesta absoluta doentia relação com a morte que as sociedades cultivam.

Acredito que Deus é Amor. E sinceramente acho que na infinitude Dele e da Vida, não dará assim tanta importância a esta ideia tão limitada da concepção que fazemos da vida apenas terrena.
"Deus dá a Vida, só Deus a pode tirar" Exactamente : tirar a vida, podemos dizer que nos tira a vida (terrena) a todos, não obstante, não deixa de nos amar ! Muito pelo contrário (acho eu)É o nosso assassino amoroso por excelência! Se a vida terrena fosse assim tão intocável, Ele, que é de uma Sabedoria e Amor infinitos... tirá-la-ia logo a todos, sem excepção?

Tenho pensado mesmo muito sobre o que Cristo faria neste referendo. Por todas estas razões, custa-me a crer que ele impusesse uma continuação de gravidez a qualquer mulher que o não desejasse profundamente.

Mas isto sou eu... talvez errada, como todos podemos estar errados e só um dia no seio de Deus teremos a resposta. Sendo assim, porquê impor as nossas ideias a todos os outros nossos irmãos, enfiarmo-nos nas suas consciências e fazermos de Deus?