sexta-feira, dezembro 10, 2010

Na Fonte da Palavra...(Mateus 11,16-19)


Ó Cristo,

No Teu coração o pecador encontra a misericórdia,

O desesperado encontra consolação

O pobre encontra um abrigo e a mesa do amor

Sempre pronta para lhe saciar a fome

Vem até nós, Senhor, não Te canses de nos procurar…


sábado, dezembro 04, 2010

Na Fonte da Palavra...(Mt 9, 35 – 10, 1.6-8)

A palavra revela-nos um Deus compassivo…um Deus que assume em si e para si os dramas humanos. Diante de um mundo, e um tempo, marcado pela insegurança, diante de tantos feridos pelo ódio, a inveja, o sucesso a todo o custo,...

Jesus apresenta-se como o Rosto da compaixão, ou melhor, apresenta-se como a Compaixão que se faz salvação. O "programa do Reino" que chega ao coração dos homens é muito claro: ir aos últimos, levar-lhes a Boa Nova libertadora curando, ressuscitando, sarando, aliviando…

como “receptores activos da Graça” somos também convidados a ser “esbanjadores” dela…pois se tudo é dom, dom maior é partilhá-lo!

Meditando

como cristão sou desafiado a ser outro Cristo, a revestir-me dos seus sentimentos...O meu coração é compassivo diante de todos os dramas humanos? Procuro aliviar os que andam cansados e oprimidos? Procuro ao jeito de Jesus ser guia (pastor) para os que perderam o sentido mais profundo da vida?...

Rezando-LHE

Senhor Jesus,

Tu és o Bom e Belo Pastor

Sem Ti os nossos dias são vazios

A nossa vida não tem rumo

reveste-me com os sentimentos do Teu coração…

sexta-feira, dezembro 03, 2010

Na Fonte da Palavra...(Mt 9, 27-31)

Quase todos vamos experimentando em algumas circunstâncias da vida a incapacidade de ler o nosso próprio coração, de descobrir qual o caminho a seguir ou, como acontece algumas vezes, não descortinar a presença viva e actuante de Deus em nós, nos outros, no mundo…Tais situações são muitas vezes encaradas com uma dramaticidade quase trágica: o hoje já não teve “ontem” e dificilmente terá “amanhã”. Mas Jesus diz-nos que se confiarmos nEle com todo o nosso coração e a nossa inteligência as trevas que nos cegam darão lugar à Luz que é Ele. Basta que ousemos gritar-lhe como os dois cegos: «Filho de David, tem piedade de nós»…

Meditando

Quais são as minhas “cegueiras”? e como lido com elas?...

Rezando-LHE

Senhor Jesus,Tu és a Luz do mundo,

Bem sabes que às vezes me deixo cegar pelo orgulho, vaidade, vingança…

Abre os meus olhos à Tua luz, Ensina-me a procurar-Te e acolher-Te

mesmo quando tudo é noite,

mesmo quando parece já não valer a pena…

quinta-feira, dezembro 02, 2010

Na Fonte da Palavra...(Mt 7, 21.24-27)

Entre a exigência e a ternura, Jesus vai-nos propondo o “perfil” do discípulo. A verdade acerca de Deus e do homem só se capta na profundidade, por isso, ser discípulo de Jesus significa antes de mais “aprender a construir” uma casa (Vida) sobre a pedra angular, a rocha firme, que é Ele. Não há vida cristã sem Cristo! Por isso, falar de prudência neste contexto não significa “jogar onde é mais favorável” mas antes “perder-se” (confiar-se) nas mãos deste Deus que nos chama para Si. É nesta fidelidade criativa que todos e cada um de nós nos havemos de (re)descobrir como casa edificada por Deus… só n’Ele, por Ele e com Ele evitaremos a banalidade…

Meditando

A Palavra interpela-me à coerência entre o que sou, faço e rezo. Que “casa” estou a construir?...

Rezando-LHE

Senhor Jesus,Tu que és a rocha firme,

Ensina-me a viver uma vida marcada pela fidelidade à verdade,Pelo amor a Deus e aos irmãos, Ensina-me a não fugir da responsabilidade, a não desistir quando houver dificuldades, na hora das dúvidas ilumina-me com a certeza da Tua presença…

quarta-feira, dezembro 01, 2010

Na Fonte da Palavra...(Mt 15, 29-37)

Em Jesus o Deus que cura é também o Deus que sacia…Um Deus que mata a nossa fome de sentido, de verdade, de alegria, de esperança. Por Ele todos são convidados a participar no banquete universal da salvação…A mesa de Deus é mesa para todos, é a mesa posta para os pobres, o lugar do encontro e da intimidade, o sinal da pertença e da Presença, a fonte da Esperança e da Compaixão, o sacramento do Amor que salva a partir de dentro, do mais profundo da nossa realidade. É aí que percebemos que a eucaristia é “o Pão para os pecadores”, o único alimento que sacia os viandantes que rumam para a intimidade da Trindade.

Meditando

Como vai a minha “proximidade” com a Eucaristia?...

Rezando-LHE

Senhor Jesus,Tu és o Pão da Vida plena,

Ensina-me a adorar-Te com um coração de criança,

A falar-Te com a humildade dos simples,

A receber-Te com a confiança dos Santos,

A partilhar-Te com a audácia dos Mártires…

terça-feira, novembro 30, 2010

Na Fonte da Palavra...(Lc 10, 21-24)

Jesus é o rosto do Deus da alegria. “Contemplativo” diante do regresso dos seus discípulos regressados da missão Ele reconhece em tudo o que aconteceu a bondade actuante e próxima do Pai. Um Pai que se revela aos que são pequeninos, aos humildes, aos que se deixam “encher de Deus”. À Felicidade de Deus deve também corresponder a felicidade dos discípulos uma vez que em tudo o que aconteceu Deus lhes permitiu verem mais e mais longe…a eles foi-lhes dada a alegria de sentirem palpitar o coração de Deus no meio dos homens e mulheres do seu tempo, de cada tempo.

Meditando

Como vai a minha “proximidade” com o Pai?

Sinto-me verdadeira e plenamente Seu Filho?... Deus é a causa da minha Alegria?...

O retorno da missão desafia-nos sempre à gratidão.

Que tenho hoje para agradecer a Deus?...

Rezando-LHE

Senhor Jesus,Tu és para mim o rosto terno e misericordioso do Pai,Ensina-me a viver em profunda comunhão com Ele,Dá-me um coração capaz de O invocar na tristeza e de celebrar com Ele cada dom recebido ou partilhado…

segunda-feira, novembro 29, 2010

Na fonte da Palavra...(Mt 8, 5-11)

Diante da presença de Jesus o centurião não hesita em aproximar-se dAquele que sempre se faz próximo. Jesus não teme ir à casa dele. Não teme entrar na sua intimidade e curar o que necessita de ser curado…O centurião sabe que a palavra de Jesus é poderosa, sanante, pacificadora. No seu coração ele sente e sabe que Aquele homem é Deus, é o Filho de Deus, aquele que vem para que tenhamos vida em abundância (cf. Jo 10, 10)… mas sente que é indigno de acolher tão grande dom. E Jesus, que bem conhece o coração de todos os homens, não hesita em afirmar: “não encontrei em Israel tão grande fé”.

Meditando

Como vai a minha “proximidade” com Jesus e com a Sua Palavra?... - De que “paralisias” preciso de ser curado?... - Que desafios me lança a fé (confiança) do centurião?...

Rezando-LHE

Senhor, Bem sabes que muitas vezes sinto que não sou digno que entres na “minha casa”: no meu coração, na minha intimidade, na minha vida...Ensina-me a confiar plenamente em Ti,concede-me o dom de uma fé humilde e alegrepara que possa acolher-Te a Ti que vens de novo até nós….

segunda-feira, novembro 22, 2010

O Rei vai nu…

Alguns hão-de lembrar-se do célebre conto de Hans Christian Andersen. Não, não vou fazer uma paráfrase ao conto. As linhas que se seguem são uma aproximação a uma realidade complexa, profunda…e desafiadora: amar desarmado (que é bem mais do que não ter armas!). Vem tudo isto (ainda) a propósito da solenidade do Rei-Cristo. Agrafo assim o título da solenidade, pois habituados que estamos à pompa e à circunstância (vazias de tudo e cheias de nada), num tempo débil como o nosso, podemos facilmente incorrer em leituras ideológicas e politicas do mistério de Deus, por exemplo, numa nostalgia monárquica, quase visceral, por oposição à res-publica, ou, ainda no campo das hipóteses da nossa excelsa liberdade, numa leitura anárquica do tempo actual centrada numa individualização subjectivista do “tanto me faz…para mim é assim!”.

Há já algum tempo que me habita “o mistério da vulnerabilidade”…e gosto de reflectir sobre o mundo, sobre o Cristianismo, sobre a igreja, sobre mim, a partir desta chave de leitura: o cristão é chamado pelo Mestre a viver, como Ele e com Ele um amor-desarmado, vulnerável.

O amor é ainda, em algumas circunstâncias, um belo acto formal, uma abstracção logicamente formalizada mas que não serve para coisa nenhuma...

Talvez por isso, quando se fala em vulnerabilidade, muitos se assustem, e acorram logo com sinos arrebate, como se de uma nova heresia dos tempos modernos se tratasse, pensando que se deseja a “canonização da fragilidade humana”, de um jeito resignado e fatalista. Não! A vulnerabilidade de que falo não é a de uma des-responsabilização do humano, muito menos a de uma qualquer fuga pseudo-espiritual, que procura em Deus um refúgio para não se confrontar com o que se é.


Falo da vulnerabilidade, como escola e como mistério, naquela lógica do memorial eucarístico que nos recorda que “não há maior amor (vulnerável!) do que dar a vida pelos amigos”; Ou naquela lógica do amor desarmado (e até ao fim!) do Rei dos reis e Senhor dos senhores, que nos diz, rasgando de alto a baixo a nossa inteligência e o nosso coração, “Tomai, isto é o meu corpo entregue por vós”.



Assim, a solenidade que celebramos, é como que um espelho colocado diante de nós, para que, de uma forma serenamente cristã, cada um se veja e reveja no seu modo de amar e de acolher o amor. Por isso o formal fica de fora, não tem aqui lugar, é desadequado, inestético, agressivo…é anti-Reino (de Deus).

Põe-nos em causa, o Messias-feito-Cruz. Convida-nos a revisitar a história humana (e a nossa história pessoal) como lugar de salvação e não de perdição.

Amplia os nossos horizontes, com a bem-aventurança de um Reino Novo e Eterno, que não me dispensa, do qual sou herdeiro…onde o que conta não é o mérito mas a verdade…do que sou e do que sinto, do que vivo…do onde estou…e do onde Ele me quer.

Despe-nos este Rei-Nu da tentação da vaidade, de nos acharmos os melhores e os maiores, e convida-nos a redescobrir que é dos fracos que Ele é o Deus-Forte.

Desmascara-nos nas “boas intenções” (tantas vezes mescladas de nós e vazias de Deus) e convida-nos a olhar para além do que vemos, intuindo e enraizando em nós este jeito Messiânico de ser Deus-connosco, Deus-para-nós, Deus-em-nós e Deus-de-nós.

Provoca-nos, este Rei Crucificado-Ressuscitado, a acolher a história como caminho, a ser cristão sendo (e)ternamente peregrino, a sermos uma Igreja que caminha com a humanidade e que não teme pôr-se em causa, ver-se e rever-se em Deus, em Cristo, no Espírito Santo…enfim, um convite à vulnerabilidade-evangélica que o Pai nos mostrou em Jesus e que sempre renova em nós com o Seu Espírito de Amor.

Diante do Rei-Nu:

Pilatos permaneceu armado de certezas (de coisa nenhuma) diante do amor-desarmado;

Pedro permaneceu certo de tudo (e com medo de todos) ao perceber que o amor não fere…mas dá-se (incompreensível este mistério para um coração que teima em não-se-pôr-em-causa);

O Centurião procura a lógica (para o irracional) e é desarmado por Aquele que contempla, ferido (de amor), trespassado (pelos nossos males).

Um dos ladrões, sem saber ao certo a graça de ter tal Companheiro na sua última viagem, “rouba” ao Amor a graça de ser ternamente perdoado (redescobrindo que o arrependimento não mata, mas converte e salva!);


E eu? E tu?...o que vês no Rei-Nu?

domingo, novembro 07, 2010

adversário do absurdo...profeta do significado

"O Cristão é o adversário do absurdo, é o profeta do significado" assim escreveu P. Ricoeur. Neste Domingo, mergulhando na Palavra, ganha um sabor ainda mais denso esta afirmação...rodeado pelos saduceus, especialistas em manhas e artimanhas, o Senhor Jesus, nosso Salvador, Irmão e Companheiro de viagem, convida-os (e a nós também) a (e)ternizar a vida...desafio que não é simplesmente transpor para o "além" o que aqui somos e vivemos mas sim, na confiança filial de quem se sabe amado, deixar que Deus, no seu amor infinito, eternize no tempo, e para além dele, esta nossa condição de ternamente-amados-e-eternamente-resgatados.

Beber na fonte da palavra hoje foi para mim particularmente interpelador...foi desafio a perguntar-me se encho de futuro, de Deus, cada presente e se, na memória agradecida de cada passado, me disponho a avançar, em silêncio-adorador, como um insurrecto de amor e como um viandante pelos trilhos dos homens e mulheres, meus e teus irmãos, semeando a eternidade que Ele é em mim, em ti, em nós...connosco, no mundo...e para além dele!

a ti, que passas neste recanto, nesta casa onde sobre a mesa há sempre amor, deixo-te algumas palavras que balbucio em jeito de oração...que elas possam ajudar-te a seguir caminho...aquele caminho que são os trilhos da Vida que Ele é.

Espírito Santo,
inspira-me sempre o que devo pensar,
o que devo dizer e como o devo dizer,
o que devo calar e como o devo calar,
o que devo escrever, fazer,
como devo agir...
para que o Amor eterno,
que és com o Pai e o Filho,
sempre me habite
e possa assim incendiar de Esperança
o coração de tantos irmãos
que Te procuram sem Te encontrar...

Meu Deus,
à Tua misericórdia abandono o meu passado,
ao Teu amor o meu presente,
à Tua providência o meu futuro.


domingo, outubro 31, 2010

Estranha multidão...a dos Santos!

Partilho contigo que por aqui passas, um pequeno texto que em tempos me chegou às mãos com a referência de ter sido lido numa paróquia de Lisboa na celebração própria deste dia de Todos-Santos.

Não conheço o autor, mas provoca-nos e ajuda-nos a rezar...

"Estranha multidão

a dos Santos.

Passam na estrada silenciosos

Levando as estrelas das bem-aventuranças

Gravadas

Na fronte.

São de todas as raças

de todas as cores

de todos os partidos

de todos os povos.

Usam grilhetes de escravos

Tiaras de Papa.

Calçam sapatos brilhantes

Pisam o chão descalços.

Morreram virgens

Foram casados.

Eram sábios famosos

Viveram ignorados.

Usaram saris indianos

Turbantes árabes.

Eram peles-vermelhas

Negros de África.

Sofreram todas as perseguições

Todas as guerras

Todas as fomes

Todas as revoluções.

Foram profetas

Mártires

Ascetas.

Mendigaram amor

E receberam em troca

Pedras por pão.


Foram vadios

Prostitutas

Ladrões.

Escreveram poemas

Compuseram música

Pilotaram aviões.

Têm as mãos calejadas

De todas as ferramentas inventadas

Desde os primeiros dias

Da Criação.

Cavaram a terra

Partiram pedras

Revolveram minas

Semearam o pão.

Foram pobres

Puros

Pacíficos.

Choraram

Desejaram a justiça

Usaram misericórdia.

Foram amaldiçoados

Perseguidos

Nesta terra que hoje

Pisamos…

Passam na estrada silenciosos

Comovidos

- misteriosa via-láctea de estrelas

Que na noite cerrada

Ilumina o caminho".

domingo, setembro 26, 2010

O mendigo que pintava malmequeres...

A Vida faz-se de histórias, de memórias cujo coração não esquece e de encontros que nos marcam, que nos moldam...e que nos mudam.
"Pode um mendigo mudar a cidade?" é esta a pergunta que me acompanha há já alguns dias...
é que tenho sido brindado pelo sorriso de Deus em cada manhã à porta de uma Igreja onde tenho entrado para rezar. Uma mulher, com um olhos muito vivos e um sorriso muito expressivo ali está, a pedir, a mendigar moedas...a mim têm-me "pedido" sorrisos com o seu olhar meigo e terno. Creio que já somos cúmplices no sorrir!
Ternamente em cada manhã, mal a vejo (e ao seu sorriso), logo lhe dou a alegria de uma saudação carinhosa, num bom dia de irmão-amigo, num braço que se estende para o céu e para lhe acenar e que lhe diz, não baixes os olhos, não estás só...eu estou aqui contigo.
Foi Ela, o sorriso de Deus, que me despertou e motivou a minha escrita para a breve história que se segue...Agradeço-lhe... e agradeço a Deus que a tem feito cruzar-se comigo e ser este "Sorriso divino de cada manhã"...
"Era uma vez uma cidade como todas as cidades...um corre-corre de gente, em rotinas feitas de tudo mas cheias de nada; Habitada por mestres solitários habituados a cogitar sobre a vida dos outros e pouco dados a uma reflexão séria sobre a sua. Aquela era uma cidade misteriosa...cheia de segredos, nublosamente criados e divulgados. Esta era, afinal, uma cidade cinzenta, com muitas estórias, conhecidas, ditas...comentadas, mas sem memória, daquela que faz sim a História de vidas que se entre-cruzam no tecer da Vida e que se contam no Mistério do encontro face a face, que me devolve no outro o que fui e o que sou, quem me espera e onde estou...
Nesta cidade os malmequeres eram cinzentos, tão rotineiramente olhados que ninguém se dava conta da cor que lhes faltava...e assim se tecia a vida, ser cor e sempre vazia. Como viandante percorria a cidade um pobre bêbado, um mendigo, desses de quem cinicamente desviamos a cara para não vermos nele o mendigo que somos. Este mendigo calcorreava a cidade todas as noites..."embebido" em vinho procurava degustar a amargura da vida, de uma vida dura e longinqua que procurava esquecer...mas a memória insistia cada noite em trazer-lhe à lembrança, com a luz da lua, essa outra história que o virava do avesso e que lhe martelava o coração dizendo: "bem-aventurados os que têm a mania de fazer os outros felizes!". Essa repulsa da lembrança de outras horas, noutros dias, em outros encontros, era o martírio do pobre mendigo que sabia não ser capaz de mudar o mundo...e que por isso, se sentava a chorar, solitário, na praça pela falta de coragem em mudar-se.
já a noite ia alta, e dormitava o mendigo depois de mais umas litradas, quando desperta de um sonho estranho...ao seu lado um balde de tinta amarela e pelo chão, discretamente aqui e ali, algumas penas, pequeninas, brancas como a neve, que pareciam quase as contas de um rosário de tão alinhadas que estavam...pareciam indicar-lhe um rumo, e meio ensonado, ressacando as amarguras de mais um dia sem coragem, o pobre mendigo lá seguiu esta "estranha bússola" que apontava para além dele, dos seus medos, e como que lhe dizia: "é agora!".
Resolutamente, o pobre mendigo, lá foi trilhando e soluçando cada passo...parecia mais leve de cada vez que avançava...sempre que estacava as pernas, pensando se devia avançar ou não, voltava-lhe de novo à memória a lembrança dessa outra História que com a luz do luar lhe soltava o pregão: "bem-aventurados..." ...e avançou!
Quanto mais andava...mais parecia querer andar, agora já não torcido pelo peso o vinho mas determinado pela coragem de arriscar, de balde e tinta na mão logo se pôs a pintar nos trilhos por onde passava...e a noite ia fugindo beijada agora pelo dia. E quando, por fim, se encaminhavam para a praça, para uma vez cogitar sobre "que sentido dar ao nobre acto de pensar?", os sábios daquela terra, mudos e estarrecidos, viram um anjo passar, de asas brancas como pérolas, com um balde de tinta amarela na mão que insistia em pintar todos os malmequeres cinzentos. E nesta cidade cinzenta, sem histórias p'ra contar, fcou p'ra sempre a lembrança, deste corajoso mendigo que um dia se pôs a pintar...e tu?

segunda-feira, setembro 13, 2010

...na minha casa!

«Não te incomodes, Senhor, pois não sou digno de que entres debaixo do meu tecto, pelo que nem me julguei digno de ir ter contigo. Mas diz uma só palavra e o meu servo será curado. Porque também eu tenho os meus superiores a quem devo obediência e soldados sob as minhas ordens, e digo a um: 'Vai', e ele vai; e a outro: 'Vem', e ele vem; e ao meu servo: 'Faz isto', e ele faz.»

(cf. Lucas 7,1-10)

Há dias e horas em que a palavra de Deus nos "rasga" de alto a baixo e alarga os horizontes do tempo fazendo-o mergulhar na imensidão do infinito-(e)terno amor sanante de Deus. Hoje é um desses dias! na fonte da Palavra desconcerta-me não a atitude de Jesus, pois Ele é sempre o primeiro a dizer-nos, a revelar-nos e a mostrar-nos, que as nossas medidas não podem tolher o dom da salvação, mas enternece-me, particularmente, a simplicidade-humildade do centurião...

e rezo, com um coração de filho, consciente de que há sempre mais (muito mais!!) para aprender e muito pouco para ensinar:

Senhor,

venho a ti,

de pés descalços,

de mãos vazias e coração contrito,

também "eu não sou digno de que entres na minha casa",

mas porque creio e sei que és infinitamente misericordioso

dá-me a graça de sempre me sentir amado e acolhido em Ti

e na hora das dúvidas, do medo ou da provação

sussurra-me, à inteligência e ao coração,

com a força do Teu Espirito Santo,

a certeza serena de que és Amor-infinito...

um Deus sempre pronto a (re)começar.

um Deus "louco"...


Como não abrir nosso coração à certeza de que, ainda que sejamos pecadores, somos amados por Deus? Ele jamais se cansa de vir ao nosso encontro, de ser o primeiro em percorrer o caminho que nos separa dele.(…) Só a fé pode transformar o egoísmo em alegria e voltar restabelecer as relações adequadas com o próximo e com Deus.



(Papa Bento XVI, ontem no Angelus)

segunda-feira, julho 26, 2010

...faz-te ao largo!

De hoje até ao dia 1 de Setembro estou em Missão no Maranhão.
podes saber novidades aqui
Se esta é, em alguns momentos a tua casa, o teu porto de abrigo ou de passagem,
peço-te que nos acompanhes com a tua oração.
darei novidades logo que possa

sexta-feira, julho 09, 2010

um doce afago...

mergulhado em Tuas mãos deixo-me envolver
sei que me tens tatuado para sempre nas Tuas palmas,
e assim, com a doce brisa do amor eterno,
sinto o afago de quem com ternura
guia os meus passos e me protege dos perigos
me sustenta na fragilidade e me fortalece na adversidade.

com docilidade,
em Ti e conTigo,
sinto-me instrumento
que convidas a fazer-me ao largo
na imensidão de um mundo
sedento de ternura e de paz...

trago-Te os sem voz, os sós e os amargurados
são teus, estão aqui comigo,
abençoa-os e protege-os,
defende-os e salva-os
ouve os seus gemidos
e sê a sua consolação...

domingo, junho 27, 2010

6 anos depois...o mesmo SIM!

Junho 2004, 16h - Sé Nova de Coimbra...

Na hora de fazer memória deste amor com que Deus sempre me quis tenho naturalmente de cantar de alegria e gratidão a Deus pelo dom da minha família, da minha vida, da fé que Ele me concedeu, de todos os que activa ou silenciosamente contribuiram para que eu pudesse perceber que o Mestre me chamava.

Como as palavras são sempre poucas para expressar o que só o silêncio sabe dizer, aqui fica a prece de quem com humildade se coloca diante de Deus Trindade e procura com simplicidade ser "Todo em Deus, Todo com Deus, Tudo por Deus":

Senhor…
Dá-me pés de barro, para que,
quando vierem terrenos pedregosos,
eu sinta que só Tu és a força e o caminho…
Dá-me um olhar cristalino,
para que possa ver-Te sempre presente
em cada rosto desfigurado, marginalizado,…
Dá-me mãos abertas para acolher
todos os que são abandonados,
vivem na solidão,…
Dá-me um coração de carne para amar sem medida,
sempre…
Dá-me coragem para denunciar a mentira,
Humildade para assumir os meus erros,
Humor para rir das minhas asneiras,
E, quando no fim,
como grão de trigo eu cair à terra,
a minha Fidelidade e Felicidade,
nesta entrega total a Ti,
Façam germinar Homens e Mulheres
loucamente apaixonados
pelo anúncio do Teu Evangelho.
Ámen

terça-feira, junho 01, 2010

trago-Te em mim...

Como o vento que enche de paz o entardecer
e assim a terra bafejada da Tua frescura
se renova, viçosa, para entrar na noite
assim também a aurora
bafejada pela certeza da luz de um novo dia
me traz a alegria imensa de saber que Estás aqui.

Sim, trago-Te em mim,
por entre contradições e medos,
por entre riscos e ousadias,
trago-Te em mim,
na certeza de que sem Ti eu não sou eu...
e timidamente Te dou espaço
sabendo que em cada abraço
És sempre o recomeço,
perdão para o meu tropeço,
força neste fraco caído...

e mesmo por terra ferido
ouço o murmúrio da luz
que com doçura seduz
e me diz aos pés da Cruz:
"Não temas, trago-te em Mim"

há silêncios que eu não sei dizer...

Habita dentro de mim um silêncio
que me aquieta a alma
e enche de paz os meus dias...
basta-me apenas a certeza
de que o silêncio que mora em mim
é Deus, o seu amor e a sua vida.

sexta-feira, maio 28, 2010

Divino Jardineiro...

Cai a noite e o silêncio beija a terra,
na hora do repouso
vens visitar-nos, ó Divino Jardineiro,
para semeares flores por entre os canteiros
das lágrimas que hão-de a terra fecundar
e produzir os frutos que só a fidelidade pode dar.

beijas a terra com a suave brisa do Teu ser
e assim,bafejada com o sopro da vida,
vidas despontam por entre os carreiros quotidianos
de quem quebra rotinas e enganos
e faz do amanhecer um novo grito
não nervoso, amedrontado ou aflito
mas sim a voz de um insurrecto por amor
em quem ainda faz eco o clamor
dos pobres, dos sem tecto e sem calor...

eis-me aqui, em Tuas mãos,
sou Teu...Tudo em Ti, todo para Ti, meu Deus.

terça-feira, maio 18, 2010

Na varanda da Casa do Pai...


há 90 anos nascia na Polónia um homem cuja vida estava marcada com um particular designio do amor de Deus. Essse homem foi eleito sucessor de Pedro no ano em que nasci. Habituei-me a escutá-lo com o encanto de criança, a aprender dele os gestos de Jesus, a imitá-lo porque assim imitaria o próprio Cristo.

Se estivesse entre nós, pisando a terra que o Pai nos deu para habitarmos e tornarmos morada permanente do Seu incomensurável amor, celebraria hoje o seu 90º Aniversário.

Agora que está no céu, e nos acompanha da "varanda da casa so Pai" dou graças ao nosso Deus pelo dom da vida, pela fecundidade do ministério e pela simplicidade de coração com que João Paulo II sempre soube viver e sempre nos soube desafiar.

com Ele, a Deus-Trindade, Amor de todo o Amor, e a Maria, mãe da Igreja repito, em acção de graças as palavras que serviram de lema para o seu ministério petrino:

Totus Tuus.

Ao servo de Deus João Paulo II rogo-lhe que nos ajude a todos a sermos uma Igreja mais humilde, mais audaz e sempre marcada pela alegria pascal, mesmo no meio das tempestades.
e porque estou certo, na fé, da sua intercessão:

Servo de Deus João Paulo II
Rogai por nós.

terça-feira, maio 11, 2010

com vigor e alegria...

é preciso voltar a anunciar com vigor e alegria o acontecimento da morte e ressurreição de Cristo, coração do cristianismo, fulcro e sustentáculo da nossa fé, alavanca poderosa das nossas certezas, vento impetuoso que varre qualquer medo e indecisão, qualquer dúvida e cálculo humano. A ressurreição de Cristo assegura-nos que nenhuma força adversa poderá jamais destruir a Igreja. Portanto a nossa fé tem fundamento, mas é preciso que esta fé se torne vida em cada um de nós. Assim há um vasto esforço capilar a fazer para que cada cristão se transforme em testemunha capaz de dar conta a todos e sempre da esperança que o anima (cf. 1 Pd 3, 15): só Cristo pode satisfazer plenamente os anseios profundos de cada coração humano e responder às suas questões mais inquietantes acerca do sofrimento, da injustiça e do mal, sobre a morte e a vida do Além.

Queridos Irmãos e jovens amigos, Cristo está sempre connosco e caminha sempre com a sua Igreja, acompanha-a e guarda-a, como Ele nos disse: «Eu estou sempre convosco, até ao fim dos tempos» (Mt 28, 20). Nunca duvideis da sua presença! Procurai sempre o Senhor Jesus, crescei na amizade com Ele, comungai-O. Aprendei a ouvir e a conhecer a sua palavra e também a reconhecê-Lo nos pobres. Vivei a vossa vida com alegria e entusiasmo, certos da sua presença e da sua amizade gratuita, generosa, fiel até à morte de cruz. Testemunhai a alegria desta sua presença forte e suave a todos, a começar pelos da vossa idade. Dizei-lhes que é belo ser amigo de Jesus e que vale a pena segui-Lo. Com o vosso entusiasmo, mostrai que, entre tantos modos de viver que hoje o mundo parece oferecer-nos – todos aparentemente do mesmo nível –, só seguindo Jesus é que se encontra o verdadeiro sentido da vida e, consequentemente, a alegria verdadeira e duradoura.

Buscai diariamente a protecção de Maria, a Mãe do Senhor e espelho de toda a santidade. Ela, a Toda Santa, ajudar-vos-á a ser fiéis discípulos do seu Filho Jesus Cristo.

(Papa Bento XVI, Eucaristia no Terreiro do Paço, Lisboa 11 Maio 2010)

Bem-vindo Santo Padre

Tu és Pedro, e sobre esta pedra
edificarei a minha Igreja

terça-feira, maio 04, 2010

amar é...desarmar-se


partilhar o dom da vida com outros e outras é o que de mais precioso nos foi dado. Neste capítulo tenho sido um felizardo: Deus têm-me brindado sempre com bons encontros que despertam, na fé, a gratidão de um coração pobre que tem pouco mais que nada para dar mas que, na ousadia da fé, se atreve a oferecer esse mesmo nada.

foram assim estes últimos dias em alguns desses encontros...saborear recomeços...partilhar o dom da fé...sanar mágoas, aliviar fardos, despertar para o compromisso...vale aqui a máxima que tem regido os meus gestos e atitudes: amar é desarmar-se...cada vez mais me convenço (=deixo vencer) assim...em cada encontro...contemplativo de cada rosto...pois cada história e cada pessoa é um chão sagrado que Deus me convida a trilhar com delicadeza e ternura, com misericórdia...Bendito seja Ele!

domingo, maio 02, 2010

Mãe...



no conforto do regaço,
meigo e terno,
me entrelaço
com um abraço faterno
que faz das noites de inverno
do verão querer um pedaço.

é assim a minha mãe
delicada e sempre além
na medida de abraçar
que mesmo sem eu esperar
espera cada chegar
p'ra ternamente me dar
o abraço que convem.

neste dia tão formoso
em que o amor é gozoso
mais não tenho p'ra te dar
senão ó querida mãe
este desejo profundo
que trago de te abraçar.

sexta-feira, abril 16, 2010

desafio(-me)...II




Hoje dei por mim a rezar uma motivação que me tem acompanhado muito desde o dia de Páscoa:

a Páscoa não é um dia...
é toda a vida...
...e a Vida Toda!


haja alegria...porque a Páscoa continua!

"Para-bem"...

hoje Rezo grato pelo dom da Vida do nosso Papa

quinta-feira, abril 15, 2010

segunda-feira, abril 12, 2010

crescer(-mos)

Uma alma em quem repousa o amor de Deus desvelou ao universo crente uma nova etapa! acompanho este desenhar no tempo a graça de Deus com o mesmo entusiasmo da primeira hora em outras etapas.
é bom perceber que os amigos se fazem ao mar imenso que é Deus e sulcando as ondas vão, por entre o sal do mar, deixando que a brisa da tarde lhe lave o rosto e perfume a história. é bom, e desafia-me a rezar, perceber que não há "mais à frente" ou "mais atrás" há simplesmente ao lado, como irmão, como confidente, como aprendiz...
motivado por mais esta etapa, diante das muitas que se hão-de suceder e diante das quais faço já um acto de fé, dou por mim, com um coração grato, a rezar simplesmente o dom de Deus que se manifesta bem mais Pascal do que eu (na minha pequenez e limitação) alguma vez o poderia imaginar:
Pai,
pisando o chão da Tua casa,que é também minha,
aqui me descubro amado e sempre acolhido,
sempre desejado e desafiado,
e hoje venho a Ti,
trazido pela Páscoa do Teu Filho, e meu irmão,
que com o seu perfume novo
me faz cantar de gratidão
o que És e o que esperas de nós.
recolho-me em Ti,
para na graça Te dar graças,
e diante do dom,
sempre oferecido e nunca merecido,
Te dizer:
obrigado, Pai,...Faça-se em mim.

domingo, abril 11, 2010

a tentação da incredulidade...

A palavra deste Domingo (aliás como de todos os outros) tem o condão de nos segredar o dom de Deus de uma forma que nos racha de alto a baixo! desta vez, como em fita de filme, coloca-se diante do olhar o medo da comunidade e a incredulidade de Tomé...e dei por mim a olhar a actualidade desta página do Evangelho!


diante de tanta confusão (e de tanta incomunicação social) os cristãos (parece-me) em vez de se desafiarem à exigência do testemunho mais audaz e de uma intervenção social mais determinada, como que se escondem cheios de medo (como os primeiros que achavam que Deus era como que uma derrota) mais contemplativos de uma árvore (estéril e desfiguradora do Rosto de Cristo, da Igreja e do ministério do Padre) do que semeadores de uma floresta (de homens e mulheres fiéis à verdade, ao serviço gratuito, ao amor até ao fim).

é aqui que entra o Tomé também: é que a incredulidade já não vem só da descomunicação social que nos tenta atolhar de páginas em que depressa se condena sem se averiguar com seriedade e verdade. A incredulidade também habita os filhos da Igreja...é mais fácil contemplar uma ruga do que o rosto todo...e facilmente nos esquecemos que uma árvore não é a floresta.

Creio que na linha deste tempo de graça e de salvação que nos é dado a viver se pode fitar um belo desafio para quem quer viver evangelicamente uma vida ao estilo de Jesus, o Cristo:

Fidelidade (a Cristo, na sua Igreja, e em "procissão" de saída do altar para a praça)...pois é ai, como diz a Escritura, que somos as testemunhas destas coisas (cf. Lc 24,48).

segunda-feira, abril 05, 2010

domingo, abril 04, 2010

o perfume do Futuro - Páscoa 2010

uma voz doce

rasga a manhã

e diz-me:

levantem-se os mortos,

cantem os tristes e os desesperados,

ressoem por entre as ruas da amargura

os cimbalos da esperança,

encham-se os dias com

o perfume do futuro

aquientem-se o corações atribulados

porque Ele está vivo!

Ressuscitou.
não passou por cá...
...está cá!

Faz a Páscoa acontecer no coração de muitos.

domingo, março 28, 2010

Diante da Cruz...


O que é que a cruz me diz de mim?

Que sou amado até ao fim


O que é que a cruz me diz de Deus?

Que Deus é amor


O que é que eu posso dizer diante da cruz?

Amo-Te!

terça-feira, março 23, 2010

Tudo é graça...

Grato pela Vida,
sou-Te imensamente grato pelos que me interpelam
a fazer dela o que Tu desejas.

Bendito sejas Deus Pai, Filho e Espírito Santo
que me chamas a saborear em cada manhã o dom da vida...
faz que ela seja sempre toda em Ti e toda para ti...e toda por Ti!

sexta-feira, março 19, 2010

Carta dos Jovens Portugueses a Bento XVI


Santo Padre,

Neste dia de S. José, queremos felicitar Sua Santidade e expressar-lhe o quanto ansiamos pela sua visita a Portugal, em Maio.Seguindo o exemplo do seu onomástico, é para todos nós uma imagem viva de Deus na Terra. Exemplo de fé, exemplo de amor e Cristo, exemplo de alegria e força em Deus. Exemplo de um pai que olha por todos nós e intercede por cada um de maneira especial junto de Cristo.Nós acreditamos! Que, através de Sua Santidade, Deus revela a missão que tem desenhada para a sua Igreja. Esta missão de levar Cristo a todo o Mundo!Nós acreditamos! Que na sua visita a Portugal, a Terra de Nossa Senhora, traz uma mensagem para cada pessoa, em especial para cada jovem. Mensagem essa que nos confia uma missão. A missão de sermos, tal como os pastorinhos de Fátima, verdadeiros portadores da bondade e alegria de Deus e Nossa Senhora! Estamos dispostos a tomar parte nesta missão evangelizadora do Santo Padre.Nós acreditamos! Que essa é a nossa missão! Tanto em Lisboa, como em Fátima, como no Porto, queremos marcar presença e fazer a diferença! Queremos mostrar a verdadeira força que temos. Esta grande alegria que nos fará incendiar corações com a palavra de Cristo! Todos juntos, queremos ser verdadeiramente como um só. Comprometemo-nos a ser a esperança de que a sociedade tantas vezes sente falta e a ser uma fonte de luz no mundo actual. Queremos trazer Cristo diariamente ao mundo através da nossa simplicidade e alegria, mas também e principalmente pela nossa radicalidade e originalidade. Aceitamos o desafio que Sua Santidade nos lançou. De agarrarmos o futuro com as nossas suas mãos e pôr a render os nossos dons. Dons esses, que acreditamos que nos darão ainda mais fé e esperança para enfrentar o nosso caminho e com os quais acreditamos poder mudar o mundo.Nós acreditamos! Que com as nossas orações esta visita será ainda mais importante e marcante.
Comprometemo-nos portanto a rezar por Sua Santidade e a prepararmos os nossos corações para a sua passagem por Portugal, País especialmente escolhido por Maria.
Esperamos com a consciência e a certeza de que Nossa Senhora reza e espera também contente por este encontro!

Pelos Jovens de Portugal,
Inês Sequeira e Tomás Líbano Monteiro

segunda-feira, março 15, 2010

(ser) Vulnerável...

"Quando te tornares vulnerável, e não tiveres medo de o ser, então irás colher alguns sofrimentos mas hás-de saborear as alegrias mais profundas da tua vida. é que ser vulnerável, não é um mal, é um dom"




Assim aconteceu mais uma provocação!



Esta afirmação (que é bem mais do que isso: é uma convicção!) nasceu como resposta minha no contexto de uma conversa a propósito das mágoas, das relações ou da incapacidade de as (re)criar e de um certo azedume que, se não nos acautelamos, nos cega diante da vida e diante de cada história sagrada que é o caminho da vida (e da fé) de cada um de nós.



se calhar, a começar por mim mesmo, todos temos medo da vulnerabilidade...talvez porque ela nos ponha a nu, talvez porque ela nos obrigue a pensar e a re-pensar que o tempo dos super-heróis nunca existiu e portanto, muito do que nos habita são mitos que mascaram e tornam virtuais (e sem virtudes) muitos dos nossos esforços vazios...para sermos pequenos super-heróis.




Mas afinal o que é ser vulnerável?...




A vulnerabilidade é um dom do Espírito Santo, creio isso! e como tal ser vulnerável não significa ser um desinteressado pela vida, um adormecido na inteligência e na capacidade de contemplar a história, muito menos um pequeno verme (sem coluna vertebral!) em que tudo vale e não vale coisa nenhuma.



Ser vulnerável significa para mim: ter os mesmos sentimentos de Cristo Jesus (é de S. Paulo a afirmação!). Um homem (ou mulher) vulnerável é alguém que sintoniza permanentemente com a paixão do mundo! Que a acolhe e vive em si, sem a diabolizar ou tornar trágica, mas acolhendo-a com um coração largo, rasgado de alto a baixo pelo amor, o amor sanante de Deus Trindade, e que enche de esperança, de futuro, cada dia e cada acontecimento.




Creio também que ser vulnerável implica (um outro lado da moeda) ser humilde. Ser humilde é perceber que não sou eu (cheio de mim ou dos meus bons propósitos) que salvo o mundo. Primeiro porque ele já está salvo; Segundo porque o Salvador é Ele, o Filho de Deus, que assumindo a condição de servo não se valeu da sua igualdade com Deus mas se tornou obediente até á morte de Cruz (cf. Carta S. Paulo aos Filipenses 2, 5-11).



Como tal, a vulnerabilidade torna-se então para mim (para Ti, para a Igreja e para o mundo) um dom que devo pedir, acolher e partilhar...


...e como é difícil pedir e acolher este dom.

Pelo menos eu vou tentar! e tu?