segunda-feira, dezembro 19, 2016

(RE)NASCE!...


Todos os nomes têm rosto, trazem consigo uma história para contar, revelam-nos um mundo polifónico de afetos, uma sinfonia de sentimentos, experiências e vivências. Dar nome é, portanto, entrar num território sagrado, é tocar o mistério do outro...é dizer ao outro: “o que tu és, tem sentido e significado dentro de mim”.

Também Jesus quis ter um nome e uma família, quis fazer história conosco e em nós, quis dizer-nos, com o seu ser e agir, que n’Ele temos um sentido e um significado. Não somos um acaso ou simplesmente criaturas, somos seus irmãos, herdeiros com ele do Reino que o Pai preparou, n’Ele e com Ele somos uma história de salvação!

Diante do Amor não precisamos ter medo! O Amor fez-se Emanuel, um Deus-conosco e para nós, como nos recordou tão sabiamente Bento XVI: “O sinal de Deus é a simplicidade. O sinal de Deus é o menino. O sinal de Deus é que Ele faz-se pequeno por nós. Este é o seu modo de reinar. Ele não vem com poder e grandiosidades externas. Ele vem como menino - inerme e necessitado da nossa ajuda. Não nos quer dominar com a força. Tira-nos o medo da sua grandeza. Ele pede o nosso amor: por isto faz-se menino. Nada mais quer de nós senão o nosso amor, mediante o qual aprendemos espontaneamente a entrar nos seus sentimentos, no seu pensamento e na sua vontade - aprendemos a viver com Ele e a praticar com Ele a humildade da renúncia que faz parte da essência do amor. Deus fez-se pequeno a fim de que nós pudéssemos compreendê-Lo, acolhê-Lo, amá-Lo”.

Gosto de olhar José a saborear tudo isto interiormente (Mt 1, 18-24). Gosto de contemplar Deus a habitar os seus sonhos. Gosto do jeito com que Deus sussurra ao coração de José a ternura do Mistério que ele é chamado a acolher e a viver. No silêncio ativo de José gosto de ler as entrelinhas de quem se deixa moldar pelo divino Oleiro, de quem aceita fazer do seu nada amor. Gosto da determinação de José! Sim, para tudo é necessária uma ‘determinada determinação’ (Stª Teresa de Ávila) e José sabe que o caminho que Deus lhe abre diante dos olhos e do coração é o caminho da (e)ternidade, do dom, do silêncio que sabe dar-se e que se faz amor eterno.

A caminho do Natal, deixemos que o Mistério toque o nosso cotidiano. Deixemo-nos interrogar: “Como acolhemos a ternura de Deus? Deixo-me alcançar por Ele, deixo-me abraçar, ou impeço-Lhe de aproximar-Se? Porém a coisa mais importante não é procurá-Lo, mas deixar que seja Ele a procurar-me, a encontrar-me e a cobrir-me amorosamente com suas carícias. Esta é a pergunta que o Menino nos coloca com a sua mera presença: permito a Deus que me queira bem?” (Papa Francisco).

A casa está pronta. A mesa está posta. Por entre o frio gélido de um rigoroso inverno, vem ao nosso encontro a Luz do mundo, a única luz que aquece nossos corações e dissipa as nossas trevas. De quanta Luz vais encher o teu coração neste Natal? Com quanta Ternura vais aquecer os corações ao teu redor? Quantas portas vais destrancar e permitir aos outros que habitem a tua história sagrada?

Tal como Jesus, também o teu nome é uma história sagrada. Também o teu rosto é sinal de salvação! também a tua vida é um Evangelho. Também tu podes fazer a diferença. Crês nisso? Boa Semana. Vem aí o Natal...(Re)nasce!


*caso a indiferença ainda não te tenha anestesiado, a foto postada no início é de Aleppo...o que está a acontecer ali não é uma 'guerra civil'...é a terceira e pior das guerras mundiais...a da indiferença!

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