domingo, agosto 05, 2007

a doce (in)quietação de quando a vaidade morreu...

A propósito das leituras deste Domingo:

ò vaidade que me cercas,
que me prendes e enrolas...
seduzes-me como sereia no extenso areal da vida
onde sucesso e poder de mãos dadas cavam uma sepultura...
e assim, dormente mas ainda viva,
vais sussurrando o feitiço
de que tudo vale a pena,
sem regra, sem lógica,
pois no teu barco não há dor, nem amor, nem bondade...
resta-te a fealdade de quem se fechou em si
e fez do ódio e desespero remédio para o desassossego
de uma alma só, vazia, solitária...

hoje sou eu quem te grita, ò vaidade,
o grito da esperança na noite escura em que navegas:
não, não vale tudo o mesmo,
o que vale é a consciência
de um coração simples, terno, doce,
que se seduziu pelo eterno
e que proclama no frio da escuridão a luz fulgurante do amor,
pela boca de Paulo, esse outro paladino do amor,
sim, eu morri, e a minha vida está escondida com Cristo em Deus...
e quando de novo à porta me bateres
não mais deixarei que venhas agrilhoar-me
pois eu sei que quando já não há mais nada,
mais coisas, enganos, morte,
continuará a existir Aquele que foi, é e será:
Cristo, que é tudo e está em todos. (cf. Colossenses 3, 1-11)

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