segunda-feira, março 15, 2010

(ser) Vulnerável...

"Quando te tornares vulnerável, e não tiveres medo de o ser, então irás colher alguns sofrimentos mas hás-de saborear as alegrias mais profundas da tua vida. é que ser vulnerável, não é um mal, é um dom"




Assim aconteceu mais uma provocação!



Esta afirmação (que é bem mais do que isso: é uma convicção!) nasceu como resposta minha no contexto de uma conversa a propósito das mágoas, das relações ou da incapacidade de as (re)criar e de um certo azedume que, se não nos acautelamos, nos cega diante da vida e diante de cada história sagrada que é o caminho da vida (e da fé) de cada um de nós.



se calhar, a começar por mim mesmo, todos temos medo da vulnerabilidade...talvez porque ela nos ponha a nu, talvez porque ela nos obrigue a pensar e a re-pensar que o tempo dos super-heróis nunca existiu e portanto, muito do que nos habita são mitos que mascaram e tornam virtuais (e sem virtudes) muitos dos nossos esforços vazios...para sermos pequenos super-heróis.




Mas afinal o que é ser vulnerável?...




A vulnerabilidade é um dom do Espírito Santo, creio isso! e como tal ser vulnerável não significa ser um desinteressado pela vida, um adormecido na inteligência e na capacidade de contemplar a história, muito menos um pequeno verme (sem coluna vertebral!) em que tudo vale e não vale coisa nenhuma.



Ser vulnerável significa para mim: ter os mesmos sentimentos de Cristo Jesus (é de S. Paulo a afirmação!). Um homem (ou mulher) vulnerável é alguém que sintoniza permanentemente com a paixão do mundo! Que a acolhe e vive em si, sem a diabolizar ou tornar trágica, mas acolhendo-a com um coração largo, rasgado de alto a baixo pelo amor, o amor sanante de Deus Trindade, e que enche de esperança, de futuro, cada dia e cada acontecimento.




Creio também que ser vulnerável implica (um outro lado da moeda) ser humilde. Ser humilde é perceber que não sou eu (cheio de mim ou dos meus bons propósitos) que salvo o mundo. Primeiro porque ele já está salvo; Segundo porque o Salvador é Ele, o Filho de Deus, que assumindo a condição de servo não se valeu da sua igualdade com Deus mas se tornou obediente até á morte de Cruz (cf. Carta S. Paulo aos Filipenses 2, 5-11).



Como tal, a vulnerabilidade torna-se então para mim (para Ti, para a Igreja e para o mundo) um dom que devo pedir, acolher e partilhar...


...e como é difícil pedir e acolher este dom.

Pelo menos eu vou tentar! e tu?


1 comentário:

zelia disse...

Obrigado por em cada partilha nos fazer crescer mais um pouco....

E no meio dos desafios que nos deixa...acima de tudo faz-nos acreditar nessa vulnerabilidade que cada um tem....

Abraço

Mano Padre...