quarta-feira, março 09, 2011

cinzas...para dar novas cores ao coração?!


A cinza é incómoda. O seu simbolismo recorda-nos, de imediato, destruição, precariedade, talvez, quem sabe, catástrofes. Será oportuno falar ainda hoje, quase ao jeito de desmancha-prazeres, na cinza? Afinal, não estará este símbolo, diante de uma sociedade tão cheia de tudo, em rota de colisão com aquilo que é o bem-estar e a felicidade do homem de hoje? Não estará a Igreja (“como sempre!”, dirão alguns) com este sinal a contribuir para que a vida do homem seja mais triste, mais enfadonha, quiçá até mais desesperada?...


A imposição da cinza não é um gesto meramente de lembrança da morte, da caducidade e do pecado. Com ela começamos a quaresma, isto é, um caminho que nos conduz à Páscoa. Portanto não se trata de um gesto masoquista ou penitencial vazio. Não é a celebração de um dia isolado de outros. A imposição das cinzas é um sinal de começo, é início de um caminho, é convite á participação da vida plena: a Ressurreição de Cristo.

Mais do que um caminho deprimente, repetitivo ou pessimista, como superficialmente alguns podem pensar, a quaresma é um tempo de novidade permanente. É o tempo para redescobrirmos nas cinzas do homem velho a novidade de um Deus que não desiste e que em Cristo nos dá a medida para o homem novo, não mais segundo a carne mas vivo para sempre segundo o Espírito.

As cinzas recordam-nos afinal que a vida não tem uma cor só. As cinzas alargam o horizonte da nossa inteligência e do nosso coração recordando-nos que com Cristo é sempre possivel recomeçar, ir mais além...dar novas cores à vida!



e tu, que outras cores
vais dar à tua vida
nesta quaresma?...

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