terça-feira, maio 05, 2015

DE QUE TAMANHO SÃO AS TUAS RAÍZES?...

 
Há realidades que o coração inscreveu na nossa vida e que jamais esqueceremos: o afeto com que em pequenos fomos embalados no colo das nossas mães, o calor do abraço que nos levantou quando caímos por terra na nossa primeira tentativa de articular dois passos, o ‘beijo sagrado’ nos nossos joelhos feridos, depois de mais uma queda, que nos fazia sentir imediatamente sarados, a voz que acalmou os nossos medos quando, de noite, nos visitava algum pesadelo, aquela palavra amiga que corrige, e que abre futuro, fazendo-nos olhar para além dos nossos erros, enfim…um ‘narrar infinito’ não de coisas mas de um amor dedicado, e delicado, que foi moldando o nosso coração com as raízes do amor e que nos ajudou a construir a vida ritmados pela ternura que converte, cura, salva.

É assim, também, que o Evangelho, Amor feito Páscoa, continua a tecer em nós esta semana os fios daquela Vida que nos faz filhos e irmãos, quando nos recorda que somos Páscoa para o mundo de cada vez que o nosso agir faz ver que ‘acreditamos no nome de Jesus Cristo e nos amamos uns aos outros’ (1 Jo 3, 18-24). Acreditar e amar são verbos (não possessivos!) para serem conjugados na nossa existência quotidiana através da partilha solidária e daquela comunhão fraterna que vence o egoísmo com a vulnerabilidade da ternura sendo para todos, e em tudo, misericórdia (amor que oferece recomeço e ‘não passa adiante’ do grito do faminto).

Compreendemos então que para ‘permanecer em Cristo’ (Jo 15, 1-8), e com Ele produzir fruto abundante, não podemos fugir do mundo! Há hoje uma tentação grande de querer ser fruto sem ter raízes (profundas) na terra…e se o que somos, e fazemos, não toca verdadeiramente ‘as misérias humanas’, de que valem os nossos refinados ‘incensos’?

Quando Jesus nos interpela, o coração e a vida, e nos recorda quem ‘sem Ele nada podemos fazer’, não está com isto a dizer-nos que somos ‘escravos’ ou que pretende impedir-nos de sermos livres. Está simplesmente a fazer ressoar no nosso coração aquela ‘memória que nos leva ao coração da Mãe’ e que nos recorda que somos frágeis, nutridos por um amor infinito que nos levanta, acaricia e estimula a fazer caminho. Está a recordar-nos que sem esse dinamismo vital, na realidade não seremos, nem faremos, nada…porque nos faltarão as raízes.

…Já agora, como é que são as tuas raízes? BOA SEMANA!

* Que o nosso coração se deixe moldar ao longo deste mês pela “Mãe de todos os caminhos” e, se quisermos, ousemos rezar-lhe com estas palavras do Papa Francisco:

«Bem-Aventurada Virgem de Fátima,
Guarda a nossa vida entre teus braços:
Abençoa e fortalece qualquer desejo de bem;
Reacende e alimenta a fé;
Ampara e ilumina a esperança;
Suscita e anima a caridade;
Guia todos nós no caminho da santidade.
Ensina-nos o teu mesmo amor de predilecção
Pelos pequeninos e pelos pobres,
Pelos excluídos e sofredores,
Pelos pecadores e os desorientados;
Reúne todos sob a tua protecção
E recomenda todos ao teu dilecto Filho, nosso Senhor Jesus.»


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