A santidade não se improvisa. Também não é abstração. É a
vida. Nua e cotidiana. Sem maquiagem. O Santo não é alguém desconectado, assexuado
ou que vive numa bolha com medo de se ‘contaminar’. Os santos (Todos os Santos!) tiveram paixão, ternura,
ousadia... profecia! São santos porque amaram!
Os santos trazem em si o perfume da Páscoa e, por onde
passam, não somente tocam o chão da vida, mas também desnudam nossas almas e
nos fazem ver para além da banalidade...Ensinam-nos a habitar a eternidade com
um coração samaritano e, muito para
além da cor pálida do rosto com que os fomos pintando e colocando em nossos
altares, nos ensinam que (só) se chega ao céu com os pés na terra!
Como seria, talvez ainda mais provocador, se ao invés de
colocarmos em nossas igrejas os santos em altares os colocássemos por terra, do
nosso lado, com os pés no chão, para nos (re)lembrar e provocar a fazer de cada
caminho cotidiano uma peregrinação onde cada passo nos leve a desejar, ainda
mais, ser santo, ser céu...já...aqui...Hoje!
Por onde começa a santidade? Pelo encontro! Deixa que Ele possa ‘dançar’ e sussurrar
no ‘santuário da tua consciência’ e na ‘tenda do teu coração’ aquela Palavra
que te trará a paz interior que tantos buscas e aquela luz te fará ver, a
partir de hoje, o invisível. Ele já anda por aí...pressentes os seus passos?
Diz(-nos) o Papa Francisco:
“Deixa que a graça do teu Batismo frutifique num caminho de santidade.
Deixa que tudo esteja aberto a Deus e, para isso, opta por Ele, escolhe Deus sem
cessar. Não desanimes, porque tens a força do Espírito Santo para tornar
possível a santidade e, no fundo, esta é o fruto do Espírito Santo na tua vida.
Quando sentires a tentação de te enredares na tua fragilidade, levanta os olhos
para o Crucificado e diz-Lhe: «Senhor, sou um miserável! Mas Tu podes realizar
o milagre de me tornar um pouco melhor». (...) Não tenhas medo da
santidade. Não te tirará forças, nem vida nem alegria. Muito pelo contrário,
porque chegarás a ser o que o Pai pensou quando te criou e serás fiel ao teu
próprio ser. Depender d’Ele liberta-nos das escravidões e leva-nos a reconhecer
a nossa dignidade. (...) Não tenhas medo de apontar para mais alto, de te
deixares amar e libertar por Deus. Não tenhas medo de te deixares guiar pelo
Espírito Santo. A santidade não te torna menos humano, porque é o encontro da
tua fragilidade com a força da graça. No fundo, como dizia León Bloy, na vida
«existe apenas uma tristeza: a de não ser santo»”.
(Papa Francisco, Exortação
Gaudete et Exultate)
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