sexta-feira, junho 02, 2006

da confusão à ternura...

Há dias alguém me chamava a atenção para a necessidade dos padres darem mais tempo do seu ministério ao sacramento da reconciliação e dizia-me:
" andam sempre tão ocupados! nós nem os vemos, mas precisamos de desabafar, de falar, de alguém que nos ouça, e os psicólogos não são a solução. há coisas que só com um padre eu consigo falar"
Que estranho, pensei, num tempo em que parece não haver lugar para Deus na vida dos homens e mulheres, sou surpreendido por um jovem que me interpela assim.
Dois dias depois uma catequista numa paróquia queria á força levar uma biblia na procissão de entrada da missa de domingo, pois era hábito!!! e eu deveria esperar mais cinco minutos pois uma outra tinha ido buscar uma biblia. De repente aparece-me de novo a dizer que já podiamos começar pois tinha ido arranjar ali um outro livro que substituia a biblia. fiz-lhe um reparo dizendo: "sabe que livro tem na mão?" ela disse-me: não, mas este serve. Eu retorqui: "esse que serve, é uma biblia, está um pouco em mau estado, mas é aquilo que procurava" olhou-me como se eu tivesse dito uma asneira grave!!!!
no dia seguinte, Deus surpreende-nos sempre, tive um encontro de partilha de vida com 9 irmãos meus no ministério. Falámos da ternura, do afecto, da capacidade de amar com um coração universal...
Dois dias depois o Deus da ternura surpreende-me uma vez mais, aquela minha amiga que agora anda "à procura da fé..." encontrou-me num aniversário muito especial, uma casa de mulheres que há 125 anos se dedicam a tratar doentes mentais.

Ela Estava diferente. Tenho a certeza de que agora começou a "encontrar-se a si própria", falei-lhe do coração de Deus e de como me tinha marcado o último encontro que tivemos...mais tarde visitou este espaço e percebi que estva a dar passos novos, importantes, decisivos, tinha descoberto o rumo da terra da alegria.
disse-me no msn que tinha passado por cá...tentei agradecer-lhe o comentário. mas como a net tb falha, ela já não recebeu esse agradecimento.
Tentei dizer-lhe que foi bom vê-la passar da confusão à ternura.
Nesse mesmo dia, olhei para trás e vi que nesta semana uma vez mais Ele me surpreendeu.

Falou-me do amor que sabe ouvir e que reconcilia, do amor que é paciente quando há confusão, do amor que é ternura e acolhimento na redescoberta da dignidade da pessoa, do amor que impele à mudança, que aponta caminho...
Também Ele me disse que vale a pena passar da confusão à ternura...como sempre no coração de Deus.

1 comentário:

Living Place disse...

Hoje em dia dá-se significado à aparência e não ao significado... como na história que contas da biblia....