segunda-feira, novembro 18, 2013

PERSEVERANÇA: o amor 'abraçado pela criatividade’!

Toda a nossa vida é feita de ‘esperas’. Desde que fomos gerados esperamos 9 meses para levar alegria e despertar gratidão. Enquanto somos pequenos esperamos aquela carícia materna/paterna depois de um joelho ferido num jogo de futebol ou depois de uma luta com ‘os outros meninos que são maus’. Quando somos adolescentes/jovens desejamos que ‘os velhos’ não chateiem muito, embora esperando que estejam lá, no momento certo, no caso de algo dar errado. Quando adultos esperamos que as grandes opções da juventude possam ser confirmadas numa vida ‘longa e feliz’, pois é o tempo de fazer florescer os tantos sonhos que temos para realizar, é tempo de colher os frutos dos projetos que estiveram a germinar. Por fim, quando o sol parece declinar e a vida quase chega ao seu ocaso, somos um ‘tesouro de sabedoria’, que anseia por escuta atenta das histórias repetidas mil vezes, uma carícia nas rugas, um olhar terno e meigo que veja para além do tempo que passou por nós, um acariciar das mãos quando no inverno elas teimam em não mais aquecer, enfim, esperamos que a memória não nos atraiçoe e esperamos que a ‘memória do coração’ mantenha acesa a chama dessa espera que se faz esperança, encontro com o que é definitivo.

É desta ‘Esperança que gera o encontro com o que é definitivo’ que nos fala o Evangelho neste Domingo (Lucas 21, 5-19). Cada um de nós traz inscrito no coração o desejo de eternidade. Somos o ‘sonho de Deus’, marcados pela fragilidade mas, “por causa do Seu nome”, revestidos de infinito em cada passo, em cada respirar da nossa alma, em cada desejo do que é bom e belo. E porque o definitivo abraça o que é provisório, a história não é um peso que devemos carregar ‘tristes, sós e abandonados’, ela é irrupção do (E)terno, tempo cheio de ‘graça’ e templo onde flui a graça de um quotidiano que nos chamar a ‘ir para além dos limites’.

Somos mais do que o que vemos! Não somos um erro cometido, não somos ‘eternamente vítimas’ nem simplesmente ‘futuros vencedores’; para nós o tempo não é o lugar da angústia nem a vida ‘um vale de lágrimas’…Somos peregrinos, homens e mulheres a caminho, animados por um desejo profundo: dar rosto à alegria do Evangelho! Sabemos que hoje talvez se tenham ‘invertido’ perspetivas e valores. Talvez seja ‘réu de morte’ ou merecedor de ‘castigo’ aquele que diz a verdade. Talvez fosse mais fácil ‘fazer como todos fazem’…mais fácil era, mas não é o melhor!

E quem vive do Evangelho, sem preguiça e futilidades (2ª leitura), sabe que tem assim ‘ocasião de dar testemunho’, sem atacar e sem precisar de se defender, pois quando ‘a vida fala’ não são necessárias as palavras.

A vida chama por nós! Interpela-nos o drama das Filipinas, da Síria, como nos deve interpelar também os idosos que vivem sozinhos, os casais que conhecemos e estão em crise, os jovens que estão desempregados,…e que dizer (pelo menos agora que está frio!) dos que vivem na rua…sem aquecimento ou uma sopa quente, sem uma carícia que esperam lhes chegue de um desconhecido que não tenha medo de se dobrar e ‘tocar a carne de Cristo’ (Papa Francisco).

A vida não se improvisa, o amor não se compra, a perseverança não se adia. Ontem já passou e amanhã já é tarde! Não é preciso ‘sufocar’ a vida o que é preciso é deixar que ela ‘germine’ em cada gesto, em cada passo, todos os dias. É preciso encher de futuro cada acontecer, pois a vida está ‘grávida’ de esperança. É isso perseverar! É saber colher o perfume do (E)terno no quotidiano enchendo de Páscoa cada rotina, pois é próprio de quem ama saber esperar…e é próprio de quem espera saber amar. É que a perseverança é ‘outro nome’ para dizer ‘o amor abraçado pela criatividade’, um amor que é capaz de (re)inventar em cada dia a alegria de recomeçar…sem medo! Não te esqueças que esta semana Jesus anda por aí, no teu dia e na tua vida, a dizer-te: «Pela tua perseverança salvarás a tua alma». 'Bora lá? Boa Semana!
 

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