Aqui estamos, diante de um novo ano. Tempo de
memória agradecida. Tempo de (re)começo. No mistério da fé sabemos que o futuro é apenas desconhecido, nunca
incerto! Por isso, ousamos, diante do novo, fazer projetos, esculpir no
tempo os traços da eternidade que nos habita e ver além dos dias e da história.
Todo o recomeço é sempre contemplativo,
um apelo a ver por dentro, nas raízes do coração, o mistério que somos e que se
desvela no encontro com o outro...
Cada (re)começo
é habitado por uma promessa: “Fazer novas todas as coisas”! Por isso, a
cada ano que finda e (re)inicia, somos chamados a percorrer o grande mosaico da
nossa história pessoal e a beijar nossas cicatrizes, sabendo que o tempo que passou
deixou suas carícias indeléveis e nos faz agora, de coração escancarado, olhar
com “determinada determinação” a novidade que está por vir.
Gosto de olhar
o novo como uma bênção. O novo é também processo de (des)construção. Diante
dele é necessário descalçar as sandálias e caminhar na vulnerabilidade própria
dos (re)começos. Não está tudo escrito, há muito a ser construído,
compartilhado, comungado. O novo nos chama mais a ousar do que a temer! E esse
é o grande sonho de Deus para nós: sermos, com Ele, protagonistas de uma
história tecida, pelos fios da ternura e da misericórdia, que nos leva a sussurrar-lhe: “Abbá, Pai!”.
Eis-nos no tempo novo! Diante de
nós está o futuro cheio de possibilidades. É tempo de contemplar, ousar,
celebrar...e arriscar. O novo chama por nós pedindo-nos confiança, amabilidade e
criatividade. No “ainda não escrito” há uma eternidade que quer habitar nossos
passos, nosso olhar, lábios, mãos e coração. Bora lá? E que tal (re)começar...abençoando?
Para ti, meu irmão, Feliz (re)começo
de 2020!
“O Senhor te abençoe e te guarde! O
Senhor faça brilhar sobre ti a sua face, e se compadeça de ti! O Senhor volte
para ti o seu rosto e te dê a paz!” (Nm 6, 22-27).
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